A esterilização é uma operação necessária para garantir a segurança dos pacientes tratados em uma clínica. O processo de esterilização consiste em 10 etapas:
1) COLETA: consiste em um processo de redução da carga microbiana a fim de evitar o risco de infecção pelos operadores. Todos os instrumentos utilizados devem ser transportados, por operadores que utilizem equipamentos de proteção individual, até a área de esterilização.
2) DESCONTAMINAÇÃO: este procedimento obrigatório envolve a imersão total dos instrumentais em uma solução desinfetante para remover microrganismos patogênicos presentes no instrumento.
3) LAVAGEM OU DESINFECÇÃO TÉRMICA?
3.A 1) LAVAGEM MANUAL OU ULTRASSÔNICA: A lavagem manual consiste em escovar os instrumentos com água e detergente não corrosivo para limpá-los. A lavagem mecânica envolve o uso de tanques ultrassônicos que permitem a quebra física e química de contaminantes bacterianos. A lavagem mecânica é preferível à lavagem manual porque reduz o risco de acidentes para os operadores. O tratamento ultra-sônico garante uma limpeza mais precisa dos dispositivos médicos, especialmente as partes dos instrumentos que são difíceis de limpar com a lavagem manual.
3.A2) ENXÁGUE: consiste em lavar os instrumentos com água corrente para remover quaisquer vestígios de detergente.
3.A3) SECAGEM: procedimento que pode ser realizado com papel ou toalhas de pano que não liberam fibras. Para alguns instrumentos, é preferível usar uma pistola de ar.
3.B) DESINFECÇÃO TÉRMICA
A desinfecção térmica permite que a pré-lavagem, lavagem, enxágue e secagem sejam realizadas em um único ciclo, eliminando a necessidade de limpeza manual e garantindo resultados rápidos, excelentes e com menos riscos para os operadores. O processo de desinfecção térmica ocorre graças à ação combinada dos detergentes, temperatura e tempo.
4) CONTROLE E MANUTENÇÃO: Os dispositivos médicos devem ser verificados para ter certeza de que estão perfeitamente limpos e sem danos. Os instrumentos que necessitam de manutenção devem ser lubrificados com produtos solúveis em água.
5) EMBALAGEM: após a verificação, os instrumentos são embalados. A embalagem garante a esterilidade do instrumento até seu próximo uso.
6) ESTERILIZAÇÃO: os instrumentos embalados devem ser colocados em autoclave que liberará vapor até uma temperatura máxima de 121° ou 134°. Esta fase elimina todas as formas microbianas vivas, incluindo esporos e fungos.
7.A) RASTREABILIDADE: este processo permite acompanhar a eficácia da máquina e os resultados das verificações. Consiste em indicar claramente as seguintes informações sobre os malotes: dia da esterilização, autoclave utilizada, tipo de ciclo realizado, número progressivo, desfecho, operadores envolvidos e prazo de validade estabelecido pelo protocolo interno de esterilização.
7.B) RASTREABILIDADE: esta fase é utilizada para reconstruir o trajeto de esterilização realizado pelo instrumento. Consiste em registrar todos os documentos referentes à etapa de esterilização em um cadastro dedicado, para que esteja sempre disponível aos operadores.
8) ARMAZENAMENTO: O objetivo é manter o instrumental esterilizado em condições ideais para o tempo especificado no protocolo de esterilização.
9) VERIFICAÇÕES PERIÓDICAS: esta etapa diz respeito a algumas verificações que devem ser realizadas para garantir a esterilização efetiva. A superfície de esterilização e a data nas embalagens esterilizadas devem ser verificadas diariamente. Recomendamos o teste com a seguinte frequência:
– Todos os dias: Teste de vácuo
– Todos os dias: Teste de penetração de vapor para teste de simulação de carga oca (Helix Test) e/ou carga porosa (Bowie & Dick Test)
– Em cada ciclo: Teste de verificação de parâmetros de ciclo
– Todos os meses: Teste de tiras de selagem (Euroseal Check Test)
10) MANUTENÇÃO DO EQUIPAMENTO: o equipamento deve ser revisado periodicamente de acordo com o livro de máquinas. A manutenção deve ser efectuada por pessoal qualificado designado pelo fabricante.
Seguir os 10 passos para o correto processo de esterilização garantirá a segurança da equipe e dos pacientes na prática odontológica.